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Se for mesmo muito curioso ou não concorda com o conteúdo deste blogue, deixo-lhe o meu correio electrónico xilefe@gmail.com para que possamos discutir estes assuntos e corrigir os erros ou gralhas daquilo que escrevi. Da diferença nascerá a verdade dos factos. Todos é que sabemos tudo.
Podem usar os textos, imagens e vídeos, desde que informem a autoria e o local da divulgação.

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AGRADECIMENTO PÚBLICO:

Poderá não ser vulgar encontrar a imagem de um Campo Santo
Ver mapa maior">(clique aqui para ver a imagem) postada num blogue. Mas há uma razão muito válida para tal, a de agradecer publicamente às pessoas que, anonimamente, têm cuidado e ornado a campa dos meus saudosos pais, António do Marta e Josefa dos Ferreiros. Estou feliz por ter sabido quem são e eternamente agradecido a ambas pelo carinho desinteressado e a estima dedicada. Nós vos estamos gratos para todo o sempre. Bem-haja.

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13/10/2007

Festa da Nossa Senhora da Assunção Padroeira de Aboim da Nóbrega




Nunca os meus olhos tinham visto tantos andores (1.ª foto) numa festa ou romaria como neste 15 de Agosto de 2007 na festa da Nossa Senhora da Assunção, padroeira de Aboim da Nóbrega, este ano realizada pelos lugares ao lado do Rio Vade, desde a Bemposta até à Martinga que, capricharam nos andores bem ornamentados e eram muitos, dizendo umas pessoas serem 22 outras diziam 25. Confesso que eu estava tão preocupado em os registar que nem contei.

Deixo aqui um louvor ao fervor e fé com que estes homens e mulheres, mesmo a chover desde a Bemposta até ao Adro, não desanimaram. Sim sim Mulheres, estavam lá na procissão ombreando lado a lado com os homens pegando nos andores, o que também se pode ver no filme acima, bem hajam pelo exemplo dado.

Registei com muito agrado o facto de o desfile da procissão levar na sua frente um grupo de gaiteiros, cujo nome se pode ler nos seus bombos no filme acima e atrás do último andor a Banda de Música de Aboim da Nóbrega fazendo um brilharete. Outra nota digna de registo era a quantidade de gente jovem que tomava parte nesta festa, é olhando para o seu empenhamento que podemos lamentar cada vez mais as medidas tomadas que, levam cada vez mais à desertificação do interior minhoto...

No último desfile da procissão, após o que os andores recolheram ao interior da Igreja (foto acima e no filme), o Sol já ia mostrando o seu sorriso. E como já era esperado depois do religioso veio a folia com a exibição dos gaiteiros, da Banda de Música de Aboim da Nóbrega e dos Ranchos Folclóricos entre eles o Típico das Lavradeiras de Aboim da Nóbrega, para além dos "papinhos" satisfeitos nos belos petiscos e petisqueiras. Ai que saudades...
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Escrito e editado porFélix Vieira
 

18/09/2007

Aboim da Nóbrega - Festa de Cabo 2007



Meus sítios na Net:
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SERÁ QUE A CAPELA DA SENHORA DO AMPARO DO LUGAR DE CABO É A ÚNICA NO MUNDO ENVOLVIDA POR LATADAS?















Como se observa na primeira foto a Capela e o Rancho Típico das Lavradeiras de Aboim da Nóbrega beneficiam de toda a luz e sol, graças à tradição de em Aboim da Nóbrega se continuar a preservar as latas de videiras (latadas) por cima dos caminhos públicos, como que uma utilização colectiva.

Esta sábia decisão dos nossos antepassados de colocar videiras e não outras árvores, parece estar a dizer-nos que, não foi só pela sua uva e o vinho, mas também por ser uma árvore de folha caduca que nos deixa passar o sol quando precisamos dele e na altura própria nos dá a frescura da sua sombra, como se pode observar no filme acima, aquando da organização da procissão com dois Andores (2.ª foto) e do seu desfile na Festa de Cabo em Agosto de 2007.

Há mais de 40 anos que não via esta festa, felizmente que revivi aqui um pouco das minhas raízes. Encontrei também alguns desabafos de algumas pessoas a dizerem que, agora era muito mais difícil organizar esta festa, porque a rapaziada nova gosta mais de discotecas, já se emigra muito novamente, que há cada vez menos pessoas e o que é tradição está a ser prejudicado.

Um Aboinobrense, com um misto de tristeza e alento, foi-me dizendo: “Sabe sr Félix, este ano demo-nos as mãos de Cabo até ao Souto e assim conseguimos mesmo realizar a festa de Cabo, tem que se reunir vontades e fazer isto andar para a frente, a cultura e tradições de Aboim não podem desaparecer”. Felizmente, que nos poucos dias que passei de férias nesta minha terra Natal, encontrei muito mais duque imaginava, pessoas determinadas em não baixar os braços perante a menos sorte em encontrar resolução para as suas justíssimas pertenções e estou convencido que vão conseguir. Até sabem como devem percorrer esta “aldeia global”.

Há muitas pessoas de valor em Aboim da Nóbrega que, sabem muito bem o que querem e sabem rodear-se de bons colaboradores. Como por exemplo o Sr. José Dias, Presidente do Rancho Típico das Lavradeiras de Aboim da Nóbrega, sabe promover a Cultura Musical de Aboim da Nóbrega no mundo e ao ter-me autorizado a colocar fotos ou excertos de actuações do Rancho nos textos e filmes do meu blog, o que muito agradeço, está a dar provas de que quer o melhor para a sua terra, bem hajam Sr. José Dias, toda a Direcção e todas as Mulheres e Homens que mantêm sempre rejuvenescido este Rancho e reparemos que os jovens de Aboim da Nóbrega não pensam só em discotecas, como nos provam as seguintes quadras, entre outros feitos, que são notícia no Portal de Aboim da Nóbrega:

"Quadras dirigidas à Direcção do Rancho Típico das Lavradeiras:

Por tudo o que temos passado
Foi com empenho e dedicação
Dizemos o nosso sincero obrigada
Aos elementos da direcção.

E a estes três senhores
Que pelo rancho estão a lutar
Que Deus lhe dê a coragem
Para nunca o abandonar.

Pelos bons e maus momentos
Que todos temos passado
É com toda esta força
Que nos temos aguentado.

Ao senhor Manuel do Carreira
Queremos muito agradecer
Ensinou-nos a dançar
E os pés a saber mexer.

Ao Manuel do Miana
Que entrou a tesoureiro
Também toca concertina
E é um bom companheiro.

E ao Senhor José Dias
Nós vamos agradecer
Por tudo o que tem feito
Nunca o vamos esquecer.

E agora para terminar
Vamos dar uma lembrança
Que nunca abandonem o Rancho
Para nós é uma esperança.

E são estas quadras
Que foram tiradas do nosso coração
Pedimos uma salva de palmas
Para os elementos da direcção."


Escritas por:
Anabela Fernandes da Costa
Diana Manuela Fernandes da Costa
Juliana Pinheiro da Costa
Andreia Marisa Cerqueira da Costa"

Escrito, transcrito e editado por Félix Vieira

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29/08/2007

Aboim da Nóbrega - Proeza aos 85 anos de idade



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A GRANDE PROEZA DA SRª ANGELINA DO MARTA AOS SEUS 85 ANOS DE IDADE








A Srª Angelina do Marta (1.ª foto), moradora em Barges, nasceu há 86 anos no lugar do Souto de Aboim da Nóbrega, numa casa ao fundo do lado esquerdo neste caminho coberto por esta belíssima latada (2.ª foto), casa agora toda remodelada e bastante moderna, tanto por fora como por dentro.

É com grande orgulho que escrevo sobre a proeza da minha tia Angelina, irmã do meu Pai António Vieira, casada com o Sr Domingos do Rites (na 3.ª foto tirada junto ao belíssimo Coreto do nosso Adro da Igreja). Estou-lhes muito grato pela alegria que me deram de posar para mim e autorizarem a edição do seu feito no meu blog.

Já não via os meus tios desde Setembro de 2002, nesse mês o tio Domingos estava acamado por ter caído e ter ficado a recuperar por uns tempos. Na sala de entrada havia uma brincadeira animada de três crianças encantadoras, com cerca de 7 anos de idade e logo a minha tia angelina se apressou a informar: “sabes Félix, são os meus três bisnetos, trigémios, são de uma vida que ninguém para aqui com eles”, mas a mim pareceu-me que, as palavras de minha tia me estavam a dizer que os seus bisnetos eram a alegria daquela casa. Já nessa altura reparei que minha tia se movimentava com uma destreza enorme.

Em 9 de Agosto de 2007, aquando das minhas férias, acompanhado de minha esposa Ana e da minha filha Paula, fizemos mais uma visita à minha tia Angelina em Barges que nesse dia se encontrava sozinha em casa. Notava-se no seu olhar a alegria de nos ver, logo perguntou como ia a restante família e de seguida teimou para que comesse-mos e tomasse-mos algo. Fomos dizendo que não, mas a sede apertou e por sorte nossa, tinha lá água de Aboim fresquinha que foi uma delícia, veio mesmo a calhar, porque nesse dia tínhamos almoçado uma bacalhausada no Adro no restaurante A Toca do Lobo.

No decorrer dessa tarde, minha tia mostrou-nos a sua horta e jardim junto à sua casa, ao lado de um grande tanque (que numa das minhas peripécias de criança eu conheci como poça na companhia de um cão), apanhou uns raminhos de alfádiga (majarico) e deu a cada um de nós, de seguida minha filha não resistiu e aceitou umas ameixas “provocadoras” que minha tia insistiu para que aceitasse-mos e tivemos mesmo que trazer algumas.

Os diálogos estavam deliciosos, mas a surpresa que nos esperava foi-nos revelada quando voltamos para dentro de casa. Diz minha tia: “Sabes Félix, já vai sendo muito difícil encontrar quem trabalhe as coisas no campo, ainda eu vou fazendo muitas coisas que é preciso fazer, o ano passado (2006), meti-me a pintar uns portões de ferro que estavam a criar ferrugem e pintei 11 portões (8 nossos e 3 de outras pessoas). Sabes, até pintei a Ponte de Barges que estava lá toda a ganhar ferrugem e a estragar-se. Já tinha pedido muitas vezes (a quem de direito), que a pintassem, mas passava-se o tempo e não faziam nada. Eu enchi-me de coragem, fui lá e pintei-a toda. Olha que para pintar os portões e a Ponte de Barges (junto aos moinhos de Barges e do Codessal), gastei 55 litros de tinta, mas fiquei contente, porque sabes, alguém tem de tratar destas coisas para que não apudressam”.

Ora aqui está uma Proeza levada a cabo por uma Senhora na altura com 85 anos de idade e não é menos verdade que também poderemos ver neste feito uma grande lição a tirar.
Falamos ainda de muitas outros assuntos, alguns deles relacionados com familiares nossos e bastante agradáveis. Mas a hora da tristeza chegou que foi a da despedida. Uns dias depois encontrei no Adro, algumas vezes, o tio Domingos onde tivemos os nossos diálogos.

Em 15 de Agosto, dia da festa da Nossa Senhora da Assunção, tive a felicidade de encontrar os meus tios e aproveitei para fazer a fotografia de ambos junto ao coreto, fiquei também a conhecer a minha jovem prima, filha deles e a bisneta. Infelizmente, já era quase no fim da festa e estivemos pouco tempo juntos nesse dia.

Mas o que é importante, é que ficamos juntos nos nossos corações para sempre, bem hajam. Bem haja Aboim da Nóbrega que tem pessoas assim.
Digo “pessoas assim” porque é de justiça que também aqui agradeça a gentileza do Senhor José Dias, Presidente do Rancho Típico das Lavradeiras de Aboim da Nóbrega, por me ter concedido autorização para utilizar no meu blog excertos das belíssimas actuações do rancho a que preside há longos anos e que está a divulgar Aboim da Nóbrega ao Mundo.

Escrito e editado por Félix Vieira

24/07/2007

CASA VIEIRAS


É verdade, a casa Vieiras toda em pedra rodeada pelo verdejante do seu Eido (campo) que a envolve, num local paisagístico de Aboim da Nóbrega, ainda hoje é vítima, como o foi nos anos 40, em que todos faziam por sair dali para sobreviver, como se depreende de alguns textos por mim já editados sobre as minhas vivências em Aboim da Nóbrega. Depois de os meus pais terem partido para o outro reino, que Deus os tenha em bom lugar, a casa não tem tido melhor sorte.

Mesmo havendo entre os herdeiros quem a queira, a disponibilidade financeira não o tem permitido. Ao longo dos últimos 13 anos por não estar a ser usada diariamente, o seu interior não oferece condições de habitabilidade, o que me tem trazido muita tristeza, porque gostaria de anualmente passar as férias como os meus familiares em Aboim da Nóbrega. Esta postagem acaba por ser também uma forma de esclarecer os muitos amigos que me têm dirigido perguntas sobre a casa e o Eido, se estão à venda. Sim estão...

Mas, talvez possa haver outras formas de eu conseguir ter férias em Aboim. Será que existe alguém em Aboim da Nóbrega ou nas redondezas que tenha aí uma casa e a queira trocar por uma loja que tenho em Queluz (perto de Lisboa)? Fica aqui o repto aos Aboinobrenses e não só.
Agora vejamos o lindo poema do nosso grande Poeta Euclides Cavaco, que até parece vir a propósito:
Quem de coisas é senhor
Mas nesta vida as herdou
Não lhes dá tanto valor
Como alguém que as ganhou!...
Quem recebe de bandeja
Mal sabe apreciar
Pois nada fez de sobeja
P'ra além dum mero aceitar...
Quem pelas coisas trabalha
Sem nada ser oferecido
A tudo o que amealha
Dá o mais justo sentido.
Coisas grandes ou pequenas
Para alguns muito vulgares
Para uns valem centenas
Mas para outros milhares....
Só quem luta de verdade
Sabe todo o valor dar
Ao que com dignidade
Soube por si conquistar...
O verdadeiro valor
Que coisa qualquer ostenta
É na dimensão maior
O que pra nós representa!...
Verdade, não é?

Boas férias com viagens cheias de sorte, é o que vos deseja o aboinobrense,

Félix Vieira
xilefe@gmail.com

31/05/2007

DIA MUNDIAL DA CRIANÇA

NO DIA MUNDIAL DA CRIANÇA, COMO EM MUITOS OUTROS DIAS

Era e é vulgar ouvir-se que, as crianças são os homens de amanhã, as crianças são o futuro ou ainda, as crianças são o melhor do mundo e há quem mostre isso por acções, como por exemplo a, Escola de Esqueiros, (Vila Verde) com a História da Rabanetolândia.

Na convergência, Escola, Alunos e População num objectivo comum na feitura do livro que teve o seu lançamento no passado dia 2 de Maio de 2007, esta população adulta mostra que souberam estar à altura de serem, o homem de amanhã.

Já na Freguesia de Covas (Vila Verde) por muito que queiram levar a cabo projectos do tipo deste da Escola de Esqueiros. Com os seus filhos impedidos de frequentar a escola local ou as das redondezas, afastados dos seus familiares e do resto da população da freguesia 12 a 15 km de distancia, todos os dias escolares, torna inviável a convergência de qualquer obra com os adultos e o enraizamento das pessoas nas suas freguesias.

Claro que, as consequência destas medidas para concentrar tudo nos, ou em volta dos promissores “dormitórios de Braga” afecta muitas mais freguesias e muitas mais virá a afectar se o plano, a nível nacional, de encerramento de mais 900 escolas for por diante.

ÀS VEZES DÁ QUE PENSAR. OS QUE TOMAM ESTAS MEDIDAS HOJE, TERÃO OUVIDO ALGUMA VEZ EM CRIANÇAS QUE, SERIÃO OS HOMENS DE AMANHÃ? ...QUE AMANHÃ É ESTE?





Ainda bem que existiram homens que ouviram isso muito bem enquanto crianças e deram provas disso ao levar as escolas a onde elas faziam falta. Aboim da Nóbrega, é disso um testemunho, quando a antiga escola (foto 1), já não chegava enraizou aí as suas crianças aumentando o número de escolas, com a das Lameiras e a da Carvalha (foto 2). Será que agora também estão condenados a ir para tão longe como os de Covas?



Até os homens, quase todos analfabetos, ao talharem milimétricamente as pedras, como as que se vêm nos montes nesta foto da escola da Carvalha para construir a mesma, sabiam que estavam a construir os alicerces dos homens de amanhã e dali saiu perfeição.



TAMBÉM SAIU PERFEIÇÃO E CONTINUA, COM AS ESCOLAS QUE FORAM LEVADAS ÀS CRIANÇAS DOENTES NOS HOSPITAIS.



Aqui está na prática uma das muitas provas de que se pode e deve levar a Escola às crianças proporcionando-lhes as melhores condições.


De certeza que todas as pessoas que se esforçaram para por em prática o futuro das Crianças souberam perceber o futuro pondo em prática esta “globalização informática” benéfica.


Souberam materializar promovendo e concretizando alguns dos DIREITOS DA CRIANÇA e é muito fácil saber quais são porque até está ao alcance de um clic, como se pode constatar no trecho transcrito de um dos sites.


“Nunca é demais lembrar, até porque poucas vezes isso tem sido feito, quais os direitos que assistem especificamente às crianças, e que estão consagrados na Convenção sobre os Direitos da Criança que foi elaborada em 1989 pelas Nações Unidas, que tiveram em consideração, entre outras coisas, o indicado na Declaração dos Direitos da Criança, adoptada em 20 de Novembro de 1959 pela Assembleia Geral desta Organização, que dizia que “a criança, por motivo da sua falta de maturidade física e intelectual, tem necessidade de uma protecção e cuidados especiais...”. Ou neste link, como em muitos outros.

Sou de opinião que os pais que compreenderam o que receberam quando crianças, sabem ser os homens e as mulheres de hoje e sabem muito bem que quando se trata dos Direitos da Criança, que também nunca estão a dar demais e o que se passa na Escola no Hospital D. Estefânia em Lisboa, é um dos exemplos disso. Bem hajam.

E como se viu nos fins de Agosto de 2007, as pessoas do concelho de Vila Verde a norte, sabem bem o que querem e têm a certeza do que devem querer:


"Pais manifestaram-se em frente à Câmara de Vila Verde
Revolta contra encerramento da Escola Básica de Covelo.
Um protesto contra o encerramento da Escola Básica 1 de Covelo, na freguesia de Covas, em Vila Verde, juntou na manhã de ontem uma centena e meia de alunos, pais, avós e responsáveis da Junta de Freguesia de Covas, em frente às instalações da Câmara Municipal de Vila Verde.
A revolta estava estampada em vários cartazes e fez-se ouvir da boca dos manifestantes, que não pouparam críticas à Câmara e aos responsáveis da Direcção Regional de Educação do Norte.





Texto, Vasco Alves Foto, Publicado a 31-08-2007" - Fonte Diário do Minho
Esta foto da Escola EB1 em obras, foi inserida no site da Junta de Freguesia de Covas em 21-8-07.

Escrito e/ou transcrito por Félix Vieira

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13/05/2007

AS DESFOLHADAS EM ABOIM DA NÓBREGA

AS DESFOLHADAS, O APUPAR ÁS RAPARIGAS E O LOBO

Como era hábito em Aboim da Nóbrega, o trabalho cansativo começava bem cedo, quer fosse nos campos, nos montes ou em qualquer outra actividade. E não se pense que o dia de trabalho acabava com o cair da noite, porque conforme as épocas do ano, tinham lugar à noite as idas aos moinhos para levar o milho para moer ou trazer as farinhas lá moídas, as Espadadas (Espadeladas) do Linho e outros tratamentos que o mesmo exigia e fiar, com as rocas características nas mãos de pessoas há muito tempo entendidas nesse manuseamento. Outra actividade que também se prolongava pela noite dentro, conforme a quantidade de milho ou o grande número de pessoas, umas para desfolhar e outras simplesmente para se divertirem.
Como é sabido, havia as regras para quem encontrasse o milho rei que impunham os beijinhos, bem como outras lutas e brincadeiras bem próprias das noites da DESFOLHADA que proporcionavam noites divertidas e bem agradáveis para a maioria das pessoas.

Embora, bem divertidas e agradáveis, como eram as desfolhadas do meu Avô materno em Barjes, muito trabalhosas para mim e minha Mãe, mesmo que fosse tarde e já estivéssemos cansadíssimos, tínhamos de regressar à nossa casa no lugar do Tojal, a onde nos esperavam os meus irmãos ansiosos por nos ver chegar com alimentos, o que procurávamos fazer pelo caminho mais curto, indo pelo carreiro que atravessa o Rio Vade na ponte junto aos moinhos de Barjes para o Souto e daí até à nossa casa no Tojal, na foto a seguir:

Fazíamos este percurso muitas vezes, eu e minha Mãe, sempre conversando um com o outro ou a dar atenção aos apupos às raparigas com aquelas gargalhadas (gasgalhadas, como dizia a minha Mãe).
Numa noite em que, mais uma vez fazíamos este percurso, já bastante tarde, caminhado na noite escura que arrepiava naquele carreiro, em vez de ouvir as habituais "gasgalhadas", ouvimos foi repetidos gritos assustadores vindos dos campos de entre o frondoso das árvores. Aquele local já tinha fama de pôr medo, ao fugirmos, ora ia eu na frente, ora passava a minha Mãe. Chegámos ao Souto num ápice, a onde as pessoas, alertadas pelos nossos gritos, já se encontravam no caminho, vindo ao nosso encontro. Minha Mãe, com muita dificuldade em falar, lá ia dizendo que lhe parecia terem sido gritos de almas de outro mundo. Outras pessoas conjecturavam outros cenários. Eu perdi o pio, mas não sujei as cuecas, verdade verdadinha, é que eu também não sabia o que eram cuecas…
Mais tarde, a minha Mãe ficou a saber quem nos tinha pregado a partida, porque o figurão, como dizia minha Mãe, tinha-se gabado disso numas das conversas de taberna na companhia de uns cartilhos (quartilhos). A partir daí fiquei com mais um medo, é que minha Mãe andou a ver se o apanhava a jeito para lhe dar "um tratamento" e eu sabia que ela era mulher com genica para isso, mas temia as consequências, físicas ou outras, que daí poderiam advir.

É evidente que tínhamos outro caminho para vir para o Tojal, que era pelo Adro da Igreja, mas demorava mais tempo por ser mais longo, não menos frondoso e com o inconveniente de termos de passar junto ao cemitério, o que à noite nos impunha um certo respeito, de nos por os cabelos em pé (medricas…), o que levou a que tivéssemos de recorrer ao carreiro habitual e como o meu Pai se encontrava a trabalhar em Vila Franca de Xira, não podíamos beneficiar da protecção dele junto de nós. Não sei explicar se o meu Pai tinha ou não algum medo de andar de noite, a verdade é que andava e muito pelos mais diversos locais da freguesia ou outros, para quem conhece Lameiras, Casais de Vide, campos do Sadas, Coutada, Poças de Caboucos para regar de noite, Monte do Padral como quando ia a Ponte da Barca por motivos de doença ou para as feiras, chegava a andar por esses locais e sozinho, muitas vezes depois da meia noite, isto não porque ele se gabasse, mas porque várias pessoas o diziam.
O meu Irmão Manuel, mais novo que eu, que Deus o tenha em descanso, bem como os meus Pais, também era muito corajoso tal como o meu Pai. O Manuel chegava até a fazer apostas de entrar em certos sítios, a horas que poucos se atreveriam, como por exemplo, à meia noite em ponto, subir ao muro do cemitério e dar lá umas certas voltas sem cair ou desistir.

Eu também tive uma peripécia, quando fui surpreendido por um Lobo, mas da parte da tarde e ainda era dia, quando num dia vinha do nosso campo, o Sádas, ao passar ao pé de outro nosso, Coutada (fotos da Coutada próximo do "meu Castanheiro" dessa época), pressenti uns movimentos por entre as giestas, que então eram abundantes. Um pouco mais a baixo vi a cabeça de um Lobo entre as giestas, olhei para os campos do meu lado esquerdo na descida, vi um Castanheiro que, como todos os castanheiros, são difíceis de subir, mas eu pus-me lá em cima num rápido.

Estive lá em cima algum tempo que me pareceu uma eternidade, cada vez mais assustado e sem saber se era mais que um Lobo. Quando a seguir, o avistei num cabeço, sobranceiro ás poças de Caboucos, já mais longe, desatei a correr pelo caminho a baixo em direcção à minha casa no Tojal e sempre a olhar para todo o lado.
Ao passar junto às poças de Caboucos estava lá um homem de sachola na mão que, ao ver a aflição com que eu corria, fugiu também e no lugar da Tomada deve ter virado para o Souto. Mas o mais forte fui eu a fugir, que devo ter chegado primeiro à casa onde nasci no lugar do Tojal (foto acima) que no mapa do Google está assinalada. Mais uma vez, mal de mim se não fosse eu e o meu rico Castanheiro… Sim porque sorte não se tem, procura-se e os Aboinobrenses são nisso exímios. E por falar em procurar, teremos a sorte de encontrar aqui os Madredeus?

Escrito por Félix Vieira