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Se for mesmo muito curioso ou não concorda com o conteúdo deste blogue, deixo-lhe o meu correio electrónico xilefe@gmail.com para que possamos discutir estes assuntos e corrigir os erros ou gralhas daquilo que escrevi. Da diferença nascerá a verdade dos factos. Todos é que sabemos tudo.
Podem usar os textos, imagens e vídeos, desde que informem a autoria e o local da divulgação.

Quer saber o que publicamos neste blogue em 2006?

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AGRADECIMENTO PÚBLICO:

Poderá não ser vulgar encontrar a imagem de um Campo Santo
Ver mapa maior">(clique aqui para ver a imagem) postada num blogue. Mas há uma razão muito válida para tal, a de agradecer publicamente às pessoas que, anonimamente, têm cuidado e ornado a campa dos meus saudosos pais, António do Marta e Josefa dos Ferreiros. Estou feliz por ter sabido quem são e eternamente agradecido a ambas pelo carinho desinteressado e a estima dedicada. Nós vos estamos gratos para todo o sempre. Bem-haja.

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17/11/2007

D. João de Aboim - Aboim da Nóbrega




Sim, placa toponímica para homenagear a memória deste grande Aboinobrense.
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Rua D. João de Aboim?





































LARGO de D. JOÃO DE ABOIM?

É sabido que pelo país inteiro se assiste a uma febre de colocação de placas toponímicas e mesmo até bem perto de Aboim da Nóbrega. Acho muito bem que se actualize a informação toponímica localmente e faço daqui um apelo para que quando chegar a vez da freguesia de Aboim da Nóbrega, seja dado ao espaço fronteiriço à Casa de D. João de Aboim o nome de LARGO DE D. JOÃO DE ABOIM e a uma das artérias que melhores condições tenha para se chegar a esse largo, dar o nome de RUA DE D. JOÃO DE ABOIM.

Se assim acontecer estaremos todos de parabéns e o Concelho de Vila Verde merece que Aboim da Nóbrega ostente os seus valores nas suas ruas e no mundo.

Sabiam que D. João de Aboim em 1267 foi dono dos bens Templários em Sintra (para não falar dos que recebeu em Portel, Algarve e noutros pontos do nosso país) dados pelo Rei D. Afonso III, bem como, de outros comprados por ele? É verdade e pode confirmar-se consultando Cronologia de Sintra.

Quero agradecer à prima Marta e mana Sara do Souto a gentileza da cedência de algumas das fotos aqui editadas, bem como, a outros jovens aboinobrenses por igual gesto. Bem hajam.

Escrito e editado por Félix Vieira

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09/11/2007

Cultura musical - Banda de Música de Aboim da Nóbrega



Feito e editado por Félix Vieira

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TÃO ANTIGA E TÃO JOVEM



Sim, estas duas realidades estão bem patentes na Banda de Música de Aboim da Nóbrega (1.ª foto), de que o Concelho de Vila Verde se pode orgulhar. Basta atentar no que se pode ler sobre a sua longevidade no Portal Bandas Filarmónicas escrito em 27 de Junho de 2007:

“A Banda Musical de Aboim da Nóbrega é uma das mais antigas colectividades do Concelho de Vila Verde, distrito de Braga. A sua formação remonta ao séc. XVII do qual existem registos de que um grupo de músicos desta Freguesia abrilhantava as festividades do St. António de Mixões da Serra. Mais tarde, com a colaboração das diversas Direcções, Maestros e Instrumentistas, dedicaram-se com carinho e esforço na manutenção, desenvolvimento e valorização desta Banda de Música, onde uma das preocupações é ser constituída com músicos de terra.
Assim sendo a principal aposta é a escola de música da Banda, com dezenas de alunos e vários graus de aprendizagem. Actualmente esta banda vive um dos momentos mais áureos da sua história, é composta por cerca de 50 elementos, e o seu prestígio é fruto do empenho, postura e dedicação que nas diversas regiões é alvo dos mais altos elogios.A direcção artística desta banda encontra-se a cargo do Maestro Joaquim Mendes.”

E tão jovem porquê. Se reparar-mos nos seus colaboradores, a começar pelo seu Presidente Sr. Carlos Alves (2.ª foto), homem lutador que entre outras actividades também é 1.º Secretário da Junta de Freguesia, a maioria dos seus músicos são muito jovens, como se pode constatar nas fotos 3, 4, 5…

Para corolário do que afirmo, reparemos na juventude muito activa do seu Maestro o Sr. Joaquim Filipe (foto 6) e no carinho e empenho que dedica à Banda e a Aboim da Nóbrega o que está bem patente na sua entrevista concedida em 29-09-2005 ao Portal Reflexo Digital:

“Entrevista

Conheça o já vasto curriculum de um jovem Maestro de 22 anos, natural das Taipas
Joaquim Filipe tem 22 anos. Natural das Taipas faz parte de uma família de músicos por excelência. Foi músico na banda das Taipas durante onze anos e mostra nesta entrevista o seu descontentamento pela forma como funciona aquela que poderia ser a melhor banda do país.
Hoje é, ainda, maestro da Banda de Aboim da Nóbrega. Acaba de aceitar fazer parte de um projecto de pedagogia artística na Região Autónoma da Madeira.

Começando pelo princípio, podemos traçar o percurso da sua carreira como músico. Onde é que tudo começou?Sempre fiz a minha vida nas Taipas. Estudei nas Taipas, onde fiz a primária e também a preparatória. Depois do quinto ano ingressei no conservatório. Não posso deixar de referir que a minha iniciação musical aconteceu, por volta dos sete anos, com o órgão e com o professor António Silva, numa loja aqui no Centro Comercial Passerelle. Os estudos musicais mais sérios continuaram na banda das Taipas. Na altura havia apenas um professor para todo o tipo de instrumentos.
Foi nesse período que despertou para a música e que assumiu que a música seria uma coisa central na sua vida. Lembra-se de algum aspecto que determinou essa decisão?Há um conjunto de aspectos importantes. O meu avô, o Joaquim Barreto, que é um marco histórico na Banda das Taipas e que foi músico durante muitos anos. Eu tinha uma relação muito próxima e especial com ele. Desde pequeno que esse avô me dizia que quando fosse grande iria ser como ele: “Tu vais ser como eu: grande, forte e músico”. E eu gostava que me dissesse aquilo.

Em Braga, no conservatório, depois dessa decisão, como correu? Em Braga, no início, foi um bocado complicado: eu ainda era pequeno, tinha que ir de autocarro. Comecei na classe de trompete, que fiz até ao quarto grau. Depois, por convite e conselho do professor Alexandre Fonseca – a quem eu devo muito e a quem recorro ainda hoje – mudei para a tuba. A tuba, na altura, não era um instrumento que se estudava no conservatório. É um instrumento estranho da classe dos metais, mas que é cantável, com linha melódica como qualquer outro instrumento. Tive também aulas de música de câmara e prática instrumental.
Hoje, para além da actividade como músico, ensina também música. De que forma transmite a mensagem da música aos seus alunos? Trabalho com crianças dos seis até aos quinze anos. Para se ser músico, é necessário que se goste verdadeiramente de música. É importante também haver empenho, trabalho e dedicação. São necessárias horas de estudo e de prática.
Como capta a atenção dessas crianças e as incentiva a todo esse empenho? Do meu ponto de vista tudo parte da motivação de cada um. Tento manter uma postura de um amigo para além de ser professor. Sei que há quem diga que não é a melhor forma de ensinar. Mas penso que tem que existir uma relação professor aluno. No fundo, ser um colega ou trabalhar como se fosse um colega. Penso que não se consegue nada assumindo uma posição prepotente.
Hoje tem a direcção artística de uma banda, que foi o culminar de todo esse percurso.
Qual a importância que teve a sua passagem pela banda das Taipas? Eu fui músico na banda das Taipas durante 11 anos. Depois, percebi que havia vários factores que não funcionavam como deviam e saí da banda das Taipas. Saí, mas não tenho problemas com ninguém. Infelizmente, o que se passa nas Taipas é que quando um músico sai são cortadas as relações com a banda. Taipas sempre foi uma “fábrica” de músicos. Os melhores músicos que andam por aí em bandas são das Taipas. Só que, quando chegam a certo patamar, abandonam a banda porque não há condições e não estou a falar só da remuneração. São outros factores.
O que é que falta à banda das Taipas? A banda das Taipas podia ser a melhor banda do país, porque tem matéria para isso. Enquanto existir uma dinastia na banda e enquanto funcionar como uma empresa, a banda não consegue crescer. A banda das Taipas tinha que ser dirigida por uma pessoa de fora. Uma coisa que gosto na banda de Aboim, é o ambiente que se vive. É com dificuldade que digo isto, mas, a banda das Taipas já foi “a banda da Taipas”.
Referiu-se à banda de Aboim como tendo um bom ambiente. Como caracteriza esse ambiente que, pelo que também diz, não existe na banda das Taipas? Lá existe ambiente. É um meio rural e são todos músicos amadores. Eu não tenho músicos estudantes de conservatório ou estudantes de academia como tem aqui a banda das Taipas. Lá as pessoas trabalham não por dinheiro mas por amor à arte. Os músicos não recebem em todas as festas, mas sim e apenas no fim da época. Uma banda de música não é uma empresa.
Como é que aparece como maestro da banda Aboim da Nóbrega? Eu entrei para a banda como músico. A dada altura o maestro que estava lá teve que sair e eu apresentei-me, entre outros, e fui escolhido. Mas o que me prende àquela banda é o povo, que tem um encanto extraordinário. É a eles que devo o respeito pela oportunidade que me deram.
Ser maestro representa uma dificuldade acrescida?
Sem dúvida. Ser músico é difícil, mas ser maestro é-o muito mais. Sei que ainda tenho muito que aprender. Primeiro, porque tenho que dominar diversas áreas. Não é só ter conhecimentos a nível musical, mas também a nível cultural e a nível pessoal.

Durante um concerto na Madeira, acabou por ser convidado para fazer um trabalho com a autarquia. Em que consiste e como vai conciliar esse trabalho com a direcção da banda de Aboim? Fui convidado para professor de educação artística e musical. Vou trabalhar com cerca de 150 miúdos. Na Madeira a cultura musical funciona de maneira muito séria. Não só ao nível da música, mas ao nível das artes de uma forma geral. Por isso, há também outras oportunidades que não há cá no continente. Com a banda de Aboim está uma proposta em cima da mesa que estou a estudar com a direcção da banda.”

E na busca de recursos a Banda está bem activa, como por exemplo, tocar à porta das pessoas para angariar fundos que ajudem a custear as suas despesas que não serão poucas, vejamos o veículo com que se apetrechou (foto 7) e noutras iniciativas de apoio como as da INATEL, conforme noticia o Jornal Terras do Homem em 07-02-2007:

“INATEL apoia compra de instrumentos musicais
A delegação de Braga do Inatel entregou no passado domingo, dia 4 de Fevereiro, os apoios a algumas associações do distrito de Braga, de onde se destacam cinco colectividades do Vale do Homem que tiveram ajuda para a compra de instrumentos musicais.Em Amares foi contemplada a Trupe Gualdim Pais e em Vila Verde receberam apoios a Associação Cultural e Recreativa de Sande, a Banda de Música de Aboim da Nóbrega e a Banda de Música de Vila Verde. A Banda Musical da Carvalheira foi a única colectividade de Terras de Bouro a receber apoio.”

É reparando na força cultural de Aboim da Nóbrega e no muito que tem de interesse turístico dentro de si, situada na parte norte do Concelho de Vila Verde no Minho, que se recomenda cada vez mais que a Gastronomia, a sua Cultura Musical e Religiosa, o Artesanato, os seus pontos turísticos e outros, façam parte das nossas visitas de fim-de-semana e/ou das nossas e vossas férias.

Muito mais haveria para dizer mas, as minhas férias que em princípio estavam previstas para todo o mês, por motivos de menos saúde, tiveram de ser encurtadas para 17 dias. Dias que foram muito ricos, dos quais em parte, os meus textos e filmitos vão dando conta.

Dos encontros e diálogos com velhos amigos, destaco um dos que tive com o meu ex-companheiro de escola “pá Virgínia”, Manuel do Tojal (agora a residir na Torre) que, entre outros assuntos, me apresentou o Sr. Carlos Alves, após o que fiquei a saber que é o actual Presidente da Banda, a quem quero agradecer toda a simpática colaboração prestada e a autorização para editar no meu blog alguns excertos da actuação da nossa orgulhosa Banda. Agradecimento extensivo ao nosso Maestro Joaquim Filipe que amavelmente deu também o seu consentimento. Bem hajam, Aboim da Nóbrega merece.

Escrito, transcrito e editado por Félix Viera

Origens e referências:
http://www.bandasfilarmonicas.com/bandas.php?id=287
http://www.cm-vilaverde.pt/indexxx.cfm?azdoc=jfmain&jfreg=1
http://www.reflexodigital.com/?cat=45&item=2351&dir=69
http://www.terrasdohomemcom/visualizar.php?id=4180&Cid=19&Sid=0

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26/10/2007

1.º Aniversário do Blog Vieiras – Aboim da Nóbrega


































Das janelas desta casa (foto 1) vejo Mem Martins e o Castelo da Serra de Sintra (foto 2). De dentro dela (fotos 3 e 4) vejo, virtualmente o Mundo e especialmente vejo Aboim da Nóbrega, nas minhas raízes, nas suas gentes, nos seus usos e costumes, na sua cultura e o quanto é importante enquanto integrante do Concelho de Vila Verde.

Bem dita hora em que a 26 de Outubro de 2006, eu, a medo de não ser capaz, resolvi criar este blog. Foi difícil aprender como se faz, mas entre o Inglês que deixei na escola e o que aprendi na vida, mais umas pitadinhas de tentativa-erro aqui estou caminhado e ao fim de um ano constatando que até tem sido benéfico para a minha saúde.

Mas o que é mais importante ao longo deste primeiro ano, foi ter feito muitos amigos, ter descoberto outros que há muito não sabia a onde se encontravam. E em Agosto de 2007, na minha terra Natal, Aboim da Nóbrega, tive a grata alegria de encontrar muitos dos amigos virtuais que passaram a reais, como que sempre o tivessem sido. Tive ainda a felicidade de encontrar muitos familiares uns que não conhecia e outros que já não via há muito tempo, bem como, muita gente da minha freguesia e todos me receberam a mim e à família que me acompanhava com muito carinho.

Constatei com alguma surpresa que, muita gente, principalmente a juventude conhecia este blog e os textos nele editados das minhas vivências até aos meus 12 anos de idade em Aboim, idade que tinha quando migrei para Vila Franca de Xira (foto 5).

Aos 64 anos de idade apetecia-me regressar a Aboim da Nóbrega, como não pode ser, vou o fazendo virtualmente e nos contactos por diversos meios diariamente, o que me dá muita alegria.

Gente da minha terra a quem este Blog Vieiras diz mais, podem continuar a esperar que se cumpra a minha palavra, na medida do meu possível, e no respeito que todos me merecem, os filmitos, bem como, os respectivos textos vão continuar, pelo que quero neste aniversário do meu Blog agradecer a todas as pessoas e entidades que autorizaram e contribuíram para que se tornasse possível a edição dos filmes com a inclusão dos excertos a que tenho feito referência, estou a todos muito agradecido.

Até breve,

Félix Vieira


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13/10/2007

Procissão da N. Sr.ª da Assunção - Aboim da Nóbrega




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Festa da Nossa Senhora da Assunção Padroeira de Aboim da Nóbrega




Nunca os meus olhos tinham visto tantos andores (1.ª foto) numa festa ou romaria como neste 15 de Agosto de 2007 na festa da Nossa Senhora da Assunção, padroeira de Aboim da Nóbrega, este ano realizada pelos lugares ao lado do Rio Vade, desde a Bemposta até à Martinga que, capricharam nos andores bem ornamentados e eram muitos, dizendo umas pessoas serem 22 outras diziam 25. Confesso que eu estava tão preocupado em os registar que nem contei.

Deixo aqui um louvor ao fervor e fé com que estes homens e mulheres, mesmo a chover desde a Bemposta até ao Adro, não desanimaram. Sim sim Mulheres, estavam lá na procissão ombreando lado a lado com os homens pegando nos andores, o que também se pode ver no filme acima, bem hajam pelo exemplo dado.

Registei com muito agrado o facto de o desfile da procissão levar na sua frente um grupo de gaiteiros, cujo nome se pode ler nos seus bombos no filme acima e atrás do último andor a Banda de Música de Aboim da Nóbrega fazendo um brilharete. Outra nota digna de registo era a quantidade de gente jovem que tomava parte nesta festa, é olhando para o seu empenhamento que podemos lamentar cada vez mais as medidas tomadas que, levam cada vez mais à desertificação do interior minhoto...

No último desfile da procissão, após o que os andores recolheram ao interior da Igreja (foto acima e no filme), o Sol já ia mostrando o seu sorriso. E como já era esperado depois do religioso veio a folia com a exibição dos gaiteiros, da Banda de Música de Aboim da Nóbrega e dos Ranchos Folclóricos entre eles o Típico das Lavradeiras de Aboim da Nóbrega, para além dos "papinhos" satisfeitos nos belos petiscos e petisqueiras. Ai que saudades...
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Escrito e editado porFélix Vieira
 

18/09/2007

Aboim da Nóbrega - Festa de Cabo 2007



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SERÁ QUE A CAPELA DA SENHORA DO AMPARO DO LUGAR DE CABO É A ÚNICA NO MUNDO ENVOLVIDA POR LATADAS?















Como se observa na primeira foto a Capela e o Rancho Típico das Lavradeiras de Aboim da Nóbrega beneficiam de toda a luz e sol, graças à tradição de em Aboim da Nóbrega se continuar a preservar as latas de videiras (latadas) por cima dos caminhos públicos, como que uma utilização colectiva.

Esta sábia decisão dos nossos antepassados de colocar videiras e não outras árvores, parece estar a dizer-nos que, não foi só pela sua uva e o vinho, mas também por ser uma árvore de folha caduca que nos deixa passar o sol quando precisamos dele e na altura própria nos dá a frescura da sua sombra, como se pode observar no filme acima, aquando da organização da procissão com dois Andores (2.ª foto) e do seu desfile na Festa de Cabo em Agosto de 2007.

Há mais de 40 anos que não via esta festa, felizmente que revivi aqui um pouco das minhas raízes. Encontrei também alguns desabafos de algumas pessoas a dizerem que, agora era muito mais difícil organizar esta festa, porque a rapaziada nova gosta mais de discotecas, já se emigra muito novamente, que há cada vez menos pessoas e o que é tradição está a ser prejudicado.

Um Aboinobrense, com um misto de tristeza e alento, foi-me dizendo: “Sabe sr Félix, este ano demo-nos as mãos de Cabo até ao Souto e assim conseguimos mesmo realizar a festa de Cabo, tem que se reunir vontades e fazer isto andar para a frente, a cultura e tradições de Aboim não podem desaparecer”. Felizmente, que nos poucos dias que passei de férias nesta minha terra Natal, encontrei muito mais duque imaginava, pessoas determinadas em não baixar os braços perante a menos sorte em encontrar resolução para as suas justíssimas pertenções e estou convencido que vão conseguir. Até sabem como devem percorrer esta “aldeia global”.

Há muitas pessoas de valor em Aboim da Nóbrega que, sabem muito bem o que querem e sabem rodear-se de bons colaboradores. Como por exemplo o Sr. José Dias, Presidente do Rancho Típico das Lavradeiras de Aboim da Nóbrega, sabe promover a Cultura Musical de Aboim da Nóbrega no mundo e ao ter-me autorizado a colocar fotos ou excertos de actuações do Rancho nos textos e filmes do meu blog, o que muito agradeço, está a dar provas de que quer o melhor para a sua terra, bem hajam Sr. José Dias, toda a Direcção e todas as Mulheres e Homens que mantêm sempre rejuvenescido este Rancho e reparemos que os jovens de Aboim da Nóbrega não pensam só em discotecas, como nos provam as seguintes quadras, entre outros feitos, que são notícia no Portal de Aboim da Nóbrega:

"Quadras dirigidas à Direcção do Rancho Típico das Lavradeiras:

Por tudo o que temos passado
Foi com empenho e dedicação
Dizemos o nosso sincero obrigada
Aos elementos da direcção.

E a estes três senhores
Que pelo rancho estão a lutar
Que Deus lhe dê a coragem
Para nunca o abandonar.

Pelos bons e maus momentos
Que todos temos passado
É com toda esta força
Que nos temos aguentado.

Ao senhor Manuel do Carreira
Queremos muito agradecer
Ensinou-nos a dançar
E os pés a saber mexer.

Ao Manuel do Miana
Que entrou a tesoureiro
Também toca concertina
E é um bom companheiro.

E ao Senhor José Dias
Nós vamos agradecer
Por tudo o que tem feito
Nunca o vamos esquecer.

E agora para terminar
Vamos dar uma lembrança
Que nunca abandonem o Rancho
Para nós é uma esperança.

E são estas quadras
Que foram tiradas do nosso coração
Pedimos uma salva de palmas
Para os elementos da direcção."


Escritas por:
Anabela Fernandes da Costa
Diana Manuela Fernandes da Costa
Juliana Pinheiro da Costa
Andreia Marisa Cerqueira da Costa"

Escrito, transcrito e editado por Félix Vieira

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29/08/2007

Aboim da Nóbrega - Proeza aos 85 anos de idade



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A GRANDE PROEZA DA SRª ANGELINA DO MARTA AOS SEUS 85 ANOS DE IDADE








A Srª Angelina do Marta (1.ª foto), moradora em Barges, nasceu há 86 anos no lugar do Souto de Aboim da Nóbrega, numa casa ao fundo do lado esquerdo neste caminho coberto por esta belíssima latada (2.ª foto), casa agora toda remodelada e bastante moderna, tanto por fora como por dentro.

É com grande orgulho que escrevo sobre a proeza da minha tia Angelina, irmã do meu Pai António Vieira, casada com o Sr Domingos do Rites (na 3.ª foto tirada junto ao belíssimo Coreto do nosso Adro da Igreja). Estou-lhes muito grato pela alegria que me deram de posar para mim e autorizarem a edição do seu feito no meu blog.

Já não via os meus tios desde Setembro de 2002, nesse mês o tio Domingos estava acamado por ter caído e ter ficado a recuperar por uns tempos. Na sala de entrada havia uma brincadeira animada de três crianças encantadoras, com cerca de 7 anos de idade e logo a minha tia angelina se apressou a informar: “sabes Félix, são os meus três bisnetos, trigémios, são de uma vida que ninguém para aqui com eles”, mas a mim pareceu-me que, as palavras de minha tia me estavam a dizer que os seus bisnetos eram a alegria daquela casa. Já nessa altura reparei que minha tia se movimentava com uma destreza enorme.

Em 9 de Agosto de 2007, aquando das minhas férias, acompanhado de minha esposa Ana e da minha filha Paula, fizemos mais uma visita à minha tia Angelina em Barges que nesse dia se encontrava sozinha em casa. Notava-se no seu olhar a alegria de nos ver, logo perguntou como ia a restante família e de seguida teimou para que comesse-mos e tomasse-mos algo. Fomos dizendo que não, mas a sede apertou e por sorte nossa, tinha lá água de Aboim fresquinha que foi uma delícia, veio mesmo a calhar, porque nesse dia tínhamos almoçado uma bacalhausada no Adro no restaurante A Toca do Lobo.

No decorrer dessa tarde, minha tia mostrou-nos a sua horta e jardim junto à sua casa, ao lado de um grande tanque (que numa das minhas peripécias de criança eu conheci como poça na companhia de um cão), apanhou uns raminhos de alfádiga (majarico) e deu a cada um de nós, de seguida minha filha não resistiu e aceitou umas ameixas “provocadoras” que minha tia insistiu para que aceitasse-mos e tivemos mesmo que trazer algumas.

Os diálogos estavam deliciosos, mas a surpresa que nos esperava foi-nos revelada quando voltamos para dentro de casa. Diz minha tia: “Sabes Félix, já vai sendo muito difícil encontrar quem trabalhe as coisas no campo, ainda eu vou fazendo muitas coisas que é preciso fazer, o ano passado (2006), meti-me a pintar uns portões de ferro que estavam a criar ferrugem e pintei 11 portões (8 nossos e 3 de outras pessoas). Sabes, até pintei a Ponte de Barges que estava lá toda a ganhar ferrugem e a estragar-se. Já tinha pedido muitas vezes (a quem de direito), que a pintassem, mas passava-se o tempo e não faziam nada. Eu enchi-me de coragem, fui lá e pintei-a toda. Olha que para pintar os portões e a Ponte de Barges (junto aos moinhos de Barges e do Codessal), gastei 55 litros de tinta, mas fiquei contente, porque sabes, alguém tem de tratar destas coisas para que não apudressam”.

Ora aqui está uma Proeza levada a cabo por uma Senhora na altura com 85 anos de idade e não é menos verdade que também poderemos ver neste feito uma grande lição a tirar.
Falamos ainda de muitas outros assuntos, alguns deles relacionados com familiares nossos e bastante agradáveis. Mas a hora da tristeza chegou que foi a da despedida. Uns dias depois encontrei no Adro, algumas vezes, o tio Domingos onde tivemos os nossos diálogos.

Em 15 de Agosto, dia da festa da Nossa Senhora da Assunção, tive a felicidade de encontrar os meus tios e aproveitei para fazer a fotografia de ambos junto ao coreto, fiquei também a conhecer a minha jovem prima, filha deles e a bisneta. Infelizmente, já era quase no fim da festa e estivemos pouco tempo juntos nesse dia.

Mas o que é importante, é que ficamos juntos nos nossos corações para sempre, bem hajam. Bem haja Aboim da Nóbrega que tem pessoas assim.
Digo “pessoas assim” porque é de justiça que também aqui agradeça a gentileza do Senhor José Dias, Presidente do Rancho Típico das Lavradeiras de Aboim da Nóbrega, por me ter concedido autorização para utilizar no meu blog excertos das belíssimas actuações do rancho a que preside há longos anos e que está a divulgar Aboim da Nóbrega ao Mundo.

Escrito e editado por Félix Vieira

24/07/2007

CASA VIEIRAS


É verdade, a casa Vieiras toda em pedra rodeada pelo verdejante do seu Eido (campo) que a envolve, num local paisagístico de Aboim da Nóbrega, ainda hoje é vítima, como o foi nos anos 40, em que todos faziam por sair dali para sobreviver, como se depreende de alguns textos por mim já editados sobre as minhas vivências em Aboim da Nóbrega. Depois de os meus pais terem partido para o outro reino, que Deus os tenha em bom lugar, a casa não tem tido melhor sorte.

Mesmo havendo entre os herdeiros quem a queira, a disponibilidade financeira não o tem permitido. Ao longo dos últimos 13 anos por não estar a ser usada diariamente, o seu interior não oferece condições de habitabilidade, o que me tem trazido muita tristeza, porque gostaria de anualmente passar as férias como os meus familiares em Aboim da Nóbrega. Esta postagem acaba por ser também uma forma de esclarecer os muitos amigos que me têm dirigido perguntas sobre a casa e o Eido, se estão à venda. Sim estão...

Mas, talvez possa haver outras formas de eu conseguir ter férias em Aboim. Será que existe alguém em Aboim da Nóbrega ou nas redondezas que tenha aí uma casa e a queira trocar por uma loja que tenho em Queluz (perto de Lisboa)? Fica aqui o repto aos Aboinobrenses e não só.
Agora vejamos o lindo poema do nosso grande Poeta Euclides Cavaco, que até parece vir a propósito:
Quem de coisas é senhor
Mas nesta vida as herdou
Não lhes dá tanto valor
Como alguém que as ganhou!...
Quem recebe de bandeja
Mal sabe apreciar
Pois nada fez de sobeja
P'ra além dum mero aceitar...
Quem pelas coisas trabalha
Sem nada ser oferecido
A tudo o que amealha
Dá o mais justo sentido.
Coisas grandes ou pequenas
Para alguns muito vulgares
Para uns valem centenas
Mas para outros milhares....
Só quem luta de verdade
Sabe todo o valor dar
Ao que com dignidade
Soube por si conquistar...
O verdadeiro valor
Que coisa qualquer ostenta
É na dimensão maior
O que pra nós representa!...
Verdade, não é?

Boas férias com viagens cheias de sorte, é o que vos deseja o aboinobrense,

Félix Vieira
xilefe@gmail.com

31/05/2007

DIA MUNDIAL DA CRIANÇA

NO DIA MUNDIAL DA CRIANÇA, COMO EM MUITOS OUTROS DIAS

Era e é vulgar ouvir-se que, as crianças são os homens de amanhã, as crianças são o futuro ou ainda, as crianças são o melhor do mundo e há quem mostre isso por acções, como por exemplo a, Escola de Esqueiros, (Vila Verde) com a História da Rabanetolândia.

Na convergência, Escola, Alunos e População num objectivo comum na feitura do livro que teve o seu lançamento no passado dia 2 de Maio de 2007, esta população adulta mostra que souberam estar à altura de serem, o homem de amanhã.

Já na Freguesia de Covas (Vila Verde) por muito que queiram levar a cabo projectos do tipo deste da Escola de Esqueiros. Com os seus filhos impedidos de frequentar a escola local ou as das redondezas, afastados dos seus familiares e do resto da população da freguesia 12 a 15 km de distancia, todos os dias escolares, torna inviável a convergência de qualquer obra com os adultos e o enraizamento das pessoas nas suas freguesias.

Claro que, as consequência destas medidas para concentrar tudo nos, ou em volta dos promissores “dormitórios de Braga” afecta muitas mais freguesias e muitas mais virá a afectar se o plano, a nível nacional, de encerramento de mais 900 escolas for por diante.

ÀS VEZES DÁ QUE PENSAR. OS QUE TOMAM ESTAS MEDIDAS HOJE, TERÃO OUVIDO ALGUMA VEZ EM CRIANÇAS QUE, SERIÃO OS HOMENS DE AMANHÃ? ...QUE AMANHÃ É ESTE?





Ainda bem que existiram homens que ouviram isso muito bem enquanto crianças e deram provas disso ao levar as escolas a onde elas faziam falta. Aboim da Nóbrega, é disso um testemunho, quando a antiga escola (foto 1), já não chegava enraizou aí as suas crianças aumentando o número de escolas, com a das Lameiras e a da Carvalha (foto 2). Será que agora também estão condenados a ir para tão longe como os de Covas?



Até os homens, quase todos analfabetos, ao talharem milimétricamente as pedras, como as que se vêm nos montes nesta foto da escola da Carvalha para construir a mesma, sabiam que estavam a construir os alicerces dos homens de amanhã e dali saiu perfeição.



TAMBÉM SAIU PERFEIÇÃO E CONTINUA, COM AS ESCOLAS QUE FORAM LEVADAS ÀS CRIANÇAS DOENTES NOS HOSPITAIS.



Aqui está na prática uma das muitas provas de que se pode e deve levar a Escola às crianças proporcionando-lhes as melhores condições.


De certeza que todas as pessoas que se esforçaram para por em prática o futuro das Crianças souberam perceber o futuro pondo em prática esta “globalização informática” benéfica.


Souberam materializar promovendo e concretizando alguns dos DIREITOS DA CRIANÇA e é muito fácil saber quais são porque até está ao alcance de um clic, como se pode constatar no trecho transcrito de um dos sites.


“Nunca é demais lembrar, até porque poucas vezes isso tem sido feito, quais os direitos que assistem especificamente às crianças, e que estão consagrados na Convenção sobre os Direitos da Criança que foi elaborada em 1989 pelas Nações Unidas, que tiveram em consideração, entre outras coisas, o indicado na Declaração dos Direitos da Criança, adoptada em 20 de Novembro de 1959 pela Assembleia Geral desta Organização, que dizia que “a criança, por motivo da sua falta de maturidade física e intelectual, tem necessidade de uma protecção e cuidados especiais...”. Ou neste link, como em muitos outros.

Sou de opinião que os pais que compreenderam o que receberam quando crianças, sabem ser os homens e as mulheres de hoje e sabem muito bem que quando se trata dos Direitos da Criança, que também nunca estão a dar demais e o que se passa na Escola no Hospital D. Estefânia em Lisboa, é um dos exemplos disso. Bem hajam.

E como se viu nos fins de Agosto de 2007, as pessoas do concelho de Vila Verde a norte, sabem bem o que querem e têm a certeza do que devem querer:


"Pais manifestaram-se em frente à Câmara de Vila Verde
Revolta contra encerramento da Escola Básica de Covelo.
Um protesto contra o encerramento da Escola Básica 1 de Covelo, na freguesia de Covas, em Vila Verde, juntou na manhã de ontem uma centena e meia de alunos, pais, avós e responsáveis da Junta de Freguesia de Covas, em frente às instalações da Câmara Municipal de Vila Verde.
A revolta estava estampada em vários cartazes e fez-se ouvir da boca dos manifestantes, que não pouparam críticas à Câmara e aos responsáveis da Direcção Regional de Educação do Norte.





Texto, Vasco Alves Foto, Publicado a 31-08-2007" - Fonte Diário do Minho
Esta foto da Escola EB1 em obras, foi inserida no site da Junta de Freguesia de Covas em 21-8-07.

Escrito e/ou transcrito por Félix Vieira

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13/05/2007

AS DESFOLHADAS EM ABOIM DA NÓBREGA

AS DESFOLHADAS, O APUPAR ÁS RAPARIGAS E O LOBO

Como era hábito em Aboim da Nóbrega, o trabalho cansativo começava bem cedo, quer fosse nos campos, nos montes ou em qualquer outra actividade. E não se pense que o dia de trabalho acabava com o cair da noite, porque conforme as épocas do ano, tinham lugar à noite as idas aos moinhos para levar o milho para moer ou trazer as farinhas lá moídas, as Espadadas (Espadeladas) do Linho e outros tratamentos que o mesmo exigia e fiar, com as rocas características nas mãos de pessoas há muito tempo entendidas nesse manuseamento. Outra actividade que também se prolongava pela noite dentro, conforme a quantidade de milho ou o grande número de pessoas, umas para desfolhar e outras simplesmente para se divertirem.
Como é sabido, havia as regras para quem encontrasse o milho rei que impunham os beijinhos, bem como outras lutas e brincadeiras bem próprias das noites da DESFOLHADA que proporcionavam noites divertidas e bem agradáveis para a maioria das pessoas.

Embora, bem divertidas e agradáveis, como eram as desfolhadas do meu Avô materno em Barjes, muito trabalhosas para mim e minha Mãe, mesmo que fosse tarde e já estivéssemos cansadíssimos, tínhamos de regressar à nossa casa no lugar do Tojal, a onde nos esperavam os meus irmãos ansiosos por nos ver chegar com alimentos, o que procurávamos fazer pelo caminho mais curto, indo pelo carreiro que atravessa o Rio Vade na ponte junto aos moinhos de Barjes para o Souto e daí até à nossa casa no Tojal, na foto a seguir:

Fazíamos este percurso muitas vezes, eu e minha Mãe, sempre conversando um com o outro ou a dar atenção aos apupos às raparigas com aquelas gargalhadas (gasgalhadas, como dizia a minha Mãe).
Numa noite em que, mais uma vez fazíamos este percurso, já bastante tarde, caminhado na noite escura que arrepiava naquele carreiro, em vez de ouvir as habituais "gasgalhadas", ouvimos foi repetidos gritos assustadores vindos dos campos de entre o frondoso das árvores. Aquele local já tinha fama de pôr medo, ao fugirmos, ora ia eu na frente, ora passava a minha Mãe. Chegámos ao Souto num ápice, a onde as pessoas, alertadas pelos nossos gritos, já se encontravam no caminho, vindo ao nosso encontro. Minha Mãe, com muita dificuldade em falar, lá ia dizendo que lhe parecia terem sido gritos de almas de outro mundo. Outras pessoas conjecturavam outros cenários. Eu perdi o pio, mas não sujei as cuecas, verdade verdadinha, é que eu também não sabia o que eram cuecas…
Mais tarde, a minha Mãe ficou a saber quem nos tinha pregado a partida, porque o figurão, como dizia minha Mãe, tinha-se gabado disso numas das conversas de taberna na companhia de uns cartilhos (quartilhos). A partir daí fiquei com mais um medo, é que minha Mãe andou a ver se o apanhava a jeito para lhe dar "um tratamento" e eu sabia que ela era mulher com genica para isso, mas temia as consequências, físicas ou outras, que daí poderiam advir.

É evidente que tínhamos outro caminho para vir para o Tojal, que era pelo Adro da Igreja, mas demorava mais tempo por ser mais longo, não menos frondoso e com o inconveniente de termos de passar junto ao cemitério, o que à noite nos impunha um certo respeito, de nos por os cabelos em pé (medricas…), o que levou a que tivéssemos de recorrer ao carreiro habitual e como o meu Pai se encontrava a trabalhar em Vila Franca de Xira, não podíamos beneficiar da protecção dele junto de nós. Não sei explicar se o meu Pai tinha ou não algum medo de andar de noite, a verdade é que andava e muito pelos mais diversos locais da freguesia ou outros, para quem conhece Lameiras, Casais de Vide, campos do Sadas, Coutada, Poças de Caboucos para regar de noite, Monte do Padral como quando ia a Ponte da Barca por motivos de doença ou para as feiras, chegava a andar por esses locais e sozinho, muitas vezes depois da meia noite, isto não porque ele se gabasse, mas porque várias pessoas o diziam.
O meu Irmão Manuel, mais novo que eu, que Deus o tenha em descanso, bem como os meus Pais, também era muito corajoso tal como o meu Pai. O Manuel chegava até a fazer apostas de entrar em certos sítios, a horas que poucos se atreveriam, como por exemplo, à meia noite em ponto, subir ao muro do cemitério e dar lá umas certas voltas sem cair ou desistir.

Eu também tive uma peripécia, quando fui surpreendido por um Lobo, mas da parte da tarde e ainda era dia, quando num dia vinha do nosso campo, o Sádas, ao passar ao pé de outro nosso, Coutada (fotos da Coutada próximo do "meu Castanheiro" dessa época), pressenti uns movimentos por entre as giestas, que então eram abundantes. Um pouco mais a baixo vi a cabeça de um Lobo entre as giestas, olhei para os campos do meu lado esquerdo na descida, vi um Castanheiro que, como todos os castanheiros, são difíceis de subir, mas eu pus-me lá em cima num rápido.

Estive lá em cima algum tempo que me pareceu uma eternidade, cada vez mais assustado e sem saber se era mais que um Lobo. Quando a seguir, o avistei num cabeço, sobranceiro ás poças de Caboucos, já mais longe, desatei a correr pelo caminho a baixo em direcção à minha casa no Tojal e sempre a olhar para todo o lado.
Ao passar junto às poças de Caboucos estava lá um homem de sachola na mão que, ao ver a aflição com que eu corria, fugiu também e no lugar da Tomada deve ter virado para o Souto. Mas o mais forte fui eu a fugir, que devo ter chegado primeiro à casa onde nasci no lugar do Tojal (foto acima) que no mapa do Google está assinalada. Mais uma vez, mal de mim se não fosse eu e o meu rico Castanheiro… Sim porque sorte não se tem, procura-se e os Aboinobrenses são nisso exímios. E por falar em procurar, teremos a sorte de encontrar aqui os Madredeus?

Escrito por Félix Vieira

06/05/2007

DIA DA MÃE




SIM, A MÃE É ETERNA

Estou mesmo a falar da minha Mãe Zefinha (Zéfa do Tojal) e a “beber” o sorriso e o carinho com que Ela segura um dos seus bisnetos, filho da minha sobrinha Paula.

As Mães, eternas são-no de muitos modos, pelos afectos que nos transmitem que ficam em nós como que, uma matriz directiva, a passar de geração em geração e por tantas outras coisas que ficaram eternas. Como os sacrifícios, em especial os das Mães, para criar os seus filhos e até por vezes, os de outrém.
Quem não conhece em Aboim da Nóbrega exemplos do que afirmo. Eu próprio senti os “sacrifícios eternos” que minha Mãe enfrentou e se transmitem para a eternidade moldando um povo. Estou eternamente grato Mãe Zéfa, por me ter dado o Ser.

Entre outras Mães, em Aboim da Nóbrega, que encararam, também, outro tipo de eternas dificuldades posso e devo destacar a Mãe, Maria do Carmo Reis (2ªfoto) que, para além de uma digna Professora, meteu ombros a obras que, algumas não se sabe quando começaram e lhes tentou dar eternidade, entre diversas outras que promoveu como por exemplo, Os Lenços de Namorados, de Aboim da Nóbrega.
Fica para a eternidade aquele momento em Setembro de 2002, em que Doma Maria do Carmo Reis, segurando um livro, bem ilustrado com as fotos dos Lenços dos Namorados, com um sorriso aberto e olhar brilhante, o colocou nas minhas mãos, dizendo “é para ti Félix”, olhando-me bem nos olhos, como se me estivesse a entregar um tesouro. A verdade é que, é para mim um tesouro de valor inigualável e é eterno porque é Cultura de um Povo, Os Lenços dos Namorados.


Está, para minha felicidade e nos meus afectos em particular, a Ana (foto junto à Igreja de Aboim da Nóbrega), minha Esposa e Mãe dos meus filho e filha que irão, se Deus quiser, para nosso contentamento, permitir o continuar da eternidade das Mães.

É bom viver, não é?

Mesmo que para viver, tenhamos que dizer muitas vezes: mal de mim se não fosse eu, o que acontece no dia-a-dia a muita Mãe. “Mães Coragem”, das quais podemos destacar ainda mais exemplos.


Infelizmente, ainda poderia-mos colocar aqui mais uns milhares de "sítios" sobre milhentos casos e bem sabemos que da maioria deles, as MÃES não têm culpa.

Mas, nem tudo é triste, vejam só o Hino á Mãe que nos oferece o homem com H grande, o Português Poeta e Emigrante, Euclides Cavaco:




Aceitem esta Rosa, com a qual abraço todas as MÃES do mundo:




Feliz Dia da Mãe para a eternidade.


Escrito por Félix Vieira

03/04/2007

UMA SANTA PÁSCOA PARA TODA A HUMANIDADE






O CRUCIFICADO


O que foi que Ele fez?
Porque O pregaram na cruz?
Mesmo os que estão a sofrer
Não se comparam com Jesus

E aqueles pregos cravados
No meio das Suas mãos
Deviam pôr a pensar
Aqueles que estão sãos

Sim, Ele era são
E muito novo, ainda
Trazia uma grande missão
Mas Sua vida foi finda

E aqueles pés amarrados
Para não poder fugir
Também foi pelos meus pecados

O que teria eu feito,
Para Ele ter aquela morte?
Fico com o coração desfeito
Ao saber da Sua sorte

E Ele pregou e doutrinou
Aqueles com quem convivia
Era uma mensagem de amor
Que Ele trazia
E que a maldade, interrompia

Interrompeu e pouco valeu
E Ele tanto suplicou ao Pai
O perdão para todos nós
Tudo entregou aos pés da Cruz
Para não ficarmos sós

Ó Jesus, reza por nós
Que eu vou rezando, também
Por aqueles que não têm voz
E que, a este mundo, vêm
Vêm e muitos não Te querem aceitar
Eu não sei bem a razão
Mas foi só amor que soubeste dar

Perdão, é o que eu mais Te peço
Por mim e também pela Humanidade
Teu amor, eu não mereço

Sou pequenina demais
Não consigo compreender
Um sofrimento tão grande
Sem o estar a merecer

Há projectos no pensamento
Destes pobres seres mortais
Perdão, Te volto a pedir
Para não Te crucificar mais

Prefiro o meu sacrifício
Por não ter capacidade
De sentir o Teu sofrimento
Porque ele é bastante profundo
Só Deus sabe o quanto dói
Ver partir Seu próprio Filho
Que Ele deu à Humanidade
E, quando nada se constrói

Crucifixão verdadeira,
Talvez, um dia, eu entenda

M.J./.

23.07.2006

Sabem, nesta Primavera ganhei mais uma pessoa amiga, Dona Maria José Sousa, O poema aqui editado, e outros que virei a editar, de sua autoria, e principalmente tendo em conta esta quadra de Páscoa, são sem dúvida alguma, prova do que afirmo. Não só, autorizou a publicação dos seus poemas, como também me enviou links de vídeos alusivos a esta quadra.
Uma Santa Páscoa para a autora, bem como, para toda a humanidade.
Transcrito e escrito por Félix Vieira

EDUCAÇÃO DO ANTIGAMENTE

Depois de ler EDUCAÇÃO DO ANTIGAMENTE:

“ISTO SIM, ERA EDUCAÇÃO !!!
Frases retiradas de revistas femininas das décadas de 50 e 60

. Não se deve irritar o homem com ciúmes e dúvidas. (Jornal das Moças, 1957);


. Se desconfiar da infidelidade do marido, a esposa deve redobrar seu carinho e provas de afecto. (Revista Cláudia, 1962);

. A desarrumação numa casa de banho desperta no marido a vontade de ir tomar banho fora de casa. (Jornal das Moças, 1965);

. A mulher deve fazer o marido descansar nas horas vagas. Nada de incomodá-lo com serviços domésticos. (Jornal das Moças, 1959);

. Se o seu marido fuma, não arranje zanga pelo simples facto de cair cinzas nos tapetes. Tenha cinzeiros espalhados por toda casa. (Jornal das Moças, 1957);

. A mulher deve estar ciente que dificilmente um homem pode perdoar a uma mulher que não tenha resistido a experiências pré nupciais, mostrando que era perfeita e única, exactamente como ele a idealizara. (Revista Cláudia, 1962);

. Mesmo que um homem consiga divertir-se com sua namorada ou noiva, na verdade ele não irá gostar de ver que ela cedeu. (Revista Querida, 1954);

. O noivado longo é um perigo. (Revista Querida, 1953):

. É fundamental manter sempre a aparência impecável diante do marido. (Jornal das Moças, 1957);

. E para finalizar, a mais de todas:
O LUGAR DA MULHER É NO LAR. O TRABALHO FORA DE CASA MASCULINIZA. (Revista. Querida, 1955).”

A conclusão a que alguns homens poderão chegar:

Já não se fazem mais revistas didácticas e carregadas de moral e amor como antigamente…



Compreende-se perfeitamente que, Pablo Neruda (?) se tenha sentido inspirado para escrever o texto:
PARA AS MULHERES DE VALOR
Transcrito e escrito por Félix Vieira

Meus sítios na Net:
http://aboimdanobrega.blogspot.com/
http://br.youtube.com/taveiras
http://pt-pt.facebook.com/people/Felix-Vieira/100000789004718

31/03/2007

AS PARTIDAS DO VINHO DOCE E O FIEL AMIGO





O VINHO VERDE DOCE, EU E O CÃO


Mais uma peripécia em mais um dos dias de luta de minha Mãe para conseguir alimentos para si e os seus filhos e correspondendo ao chamamento do meu avô materno, Domingos José de Araújo (Domingos dos Ferreiros, nome pelo qual era mais conhecido), por um sinal combinado, de que quando ele precisa-se de minha Mãe para trabalhar, - e minha Mãe aproveitava para que nós nesse dia tivesse-mos alimentação assegurada - colocava no dia anterior uma toalha branca (sinal combinado, Internet daquela época) na janela de sua casa no lugar de Barjes, do outro lado do Rio Vade, em frente ao lugar do Tojal.
Nesta altura eu ainda não andava na escola, pois entrei nela já com quase 8 anos de idade, minha Mãe levou-me com ela, e é claro que eu comia mas também tinha que trabalhar e muito. Nesse dia a tarefa era levar o vinho novo, ainda um pouco doce mas já com álcool, de uma grande casa com 2 pisos, à qual chamava-mos Cabana, onde o meu avo tinha o lagar no piso de baixo, todo lajeado, com grandes dornas feitas em madeira a onde se pisava a uva, (agora já existem em Aboim, tanques feitos de cimento como o que a casa dos meus pais no Tojal tem já há muito tempo).

O vinho já estava em condições de ser levado para as pipas que estavam na adega térrea fresquinha, no fundo da casa em que meu avô habitava, um pouco mais a baixo, num percurso de cerca de 100m, (hoje entre as duas casas passa a estrada). Percurso este que, eu e minha Mãe percorria-mos de cantro (cântaro) de barro cheio, eu levava-o ao ombro e a minha Mãe à cabeça onde intercalava uma rodilha (um pano enrolado em forma de ninho). Algum tempo depois minha Mãe acreditou que a meio do percurso, eu encostando-me ao muro ali pousava o cantro para descansar, mas a situação era bem outra. Minha Mãe de pé a trás, foi-me observando e aos esses e esses que eu já fazia, apanhou-me com a "boca na botija", melhor dizendo, eu a beber pela malga de barro branca (tigela) que previamente tinha escondido ali junto do muro. Eu fugi, porque minha Mãe quando zangada mostrava alguns "espinhos ", mas eram espinhos de Roseira com o fruto de algumas Rosas para os filhos (alimentos), e quando os espinhos atingiam o meu corpo fisicamente, não me doía muito, porque eu sentia que a ela lhe doía muito mais.

Fui-me afastando, lembro-me de numa dada altura ter passado ao lado de umas poças de água (pequenas represas que ali se usam para regar os campos e lavadouro público de roupas) próximo da actual casa em Barges da irmã do meu Pai, a minha Tia Angelina (Angelina do Marta). Nesta altura, já tinha a companhia de um Cão, que não me lembro a quem pertencia, lembro-me isso sim, e muito bem, que acordei cheio de frio, agarrado ao Cão debaixo de uma meda (moreia) de palha de centeio, pertença de uma irmã mais velha de minha Mãe, a minha Tia Maria. Pelo lado de baixo da casa desta minha tia, havia a "minha figueira". Saindo debaixo da meda e ao aproximar-me da casa de minha Tia ela estava a rezar na frente de um Oratório na sua sala de jantar. Eu tremia, o Cão gania e ela veio ver quem era, exclamando. "Ai meu filho que andam todos à tua procura com lampiões, até já andam a procurar-te no rio", chorava de alegria e logo se apressou a levar-me a casa de meu Avô que era perto dali.

Minha Mãe ao ver-me, apertou-me com tanta alegria chorando que até deu para eu beber algumas lágriminhas que se despendiam do seu rosto e deu-se mais uma vez, o milagre dos "espinhos" transformados em rosas. Ah, nesse momento já não estava "bêbado" mas, com uma foooome, pois já passava das duas horas da manhã. Reparei que a madrasta de minha Mãe (Rosa), exclamou: "Ai meu Deus, vou já tirar o lampião da janela" (Lanterna de Candeia a Petróleo). É que tinha sido combinado que quando me encontrassem, tirava-se o lampião da janela, para que todos parassem de me procurar e regressassem a suas casas descansados.

Meu Avô, com aquele bigodinho sempre bem aparado, olhava-me profundamente e notava-se no seu olhar contentamento por eu ter aparecido são e salvo. Minha Mãe dizia-me às vezes, fitando-me com um sorriso e olhar brilhante que, eu era parecido com meu Avô e nesta minha foto no início deste texto, de quando eu tinha 13 anos, quem conheceu o Sr Domingos dos Ferreiros, poderá comparar, a verdade é que a minha Mãe também era parecida com ele. Antes de me ir deitar procurei o "meu anjo da guarda", o Cão, mas já tinha terminado a sua tarefa e deve ter voltado para o ninho onde me "deu guarida". Ora digam lá se eu não fui um "bêbado de vinho novo" com sorte?

Escrito por Félix Vieira